Non Destructive Method Theory - Basic Principles - https://www.tinker.af.mil/Portals/106/Documents/Technical%20Orders/AFD-101516-33B-1-1.pdf AF338-1-1-EC-CP4Sc0-Indice ROCarneval

Capítulo 4 - MÉTODO DE INSPEÇÃO POR CORRENTES PARASITAS

traduzido do livro: AIR FORCE TO 33B-1-1 / ARMY TM 1-1500-335-23 / NAVY (NAVAIR) 01-1A-16-1 - Manual Técnico - Métodos de Inspeção Não Destrutiva, Teoria Básica

  1. MATERIAIS E PROCESSOS
    1. Estrutura dos Metais
    2. Propriedades Mecânicas
    3. Condutividade Elétrica
      1. Condutividade e Propriedades Mecânicas
    4. Proriedades Mecânicas dos Metais Puros
    5. Ligas Metálicas
      1. Efeito da Liga Metálica nas Propriedades Mecânicas
      2. Efeito da Liga Metálica na Condutividade
    6. Tratamento Térmico
      1. Recozimento
        1. Efeito do Recozimento nas Propriedades Mecânicas
        2. Efeito do Recozimento na Condutividade
      2. Tratamento Térmico de Solubilização
        1. Efeito do Tratamento Térmico de Solubilização nas Propriedades Mecânicas
        2. Efeito do Tratamento Térmico de Solubilização na Condutividade
      3. Tratamento Térmico de Precipitação
        1. Efeito do Tratamento Térmico de Precipitação nas Propriedades Mecânicas
        2. Efeito do Tratamento Térmico de Precipitação na Condutividade
    7. Medição das Propriedades Mecânicas
      1. Ensaio de Dureza

 2 MATERIAIS E PROCESSOS



2.1 Estrutura dos Metais.
Os átomos de um elemento químico têm um núcleo ou centro com carga positiva. Ao redor de cada núcleo estão elétrons (carga negativa) em órbita. Cada elemento tem um núcleo de tamanho diferente, cercado por um número e arranjo característicos de elétrons em órbita. A distribuição e o número dos elétrons mais externos determinam as propriedades do elemento, incluindo sua natureza metálica ou não metálica. Em um sólido cristalino, os átomos são empilhados em um arranjo ordenado chamado de rede (estrutura cristalina).


2.2 Propriedades Mecânicas.
A resistência ao escoamento, a resistência à tração e a resistência à fadiga são determinadas pela resistência à deformação plástica. A deformação plástica é a distorção permanente do metal e resulta do cisalhamento ao longo das camadas de átomos. A deformação plástica é facilitada pela presença de imperfeições localizadas na rede cristalina. Essas imperfeições da rede são chamadas de discordâncias e estão presentes em grande número em todos os metais e ligas comerciais. Se a resistência ao movimento das discordâncias puder ser aumentada, a resistência mecânica do metal pode ser aumentada.

2.3 Condutividade Elétrica.
A condutividade elétrica é uma medida da facilidade com que os elétrons podem se mover dentro de um material. Bons condutores de eletricidade têm elétrons fracamente ligados na rede atômica ou estrutura cristalina e são relativamente livres de obstáculos ao movimento desses elétrons. Metais têm maior condutividade do que não metais, mas mesmo dentro dos metais há uma ampla faixa de condutividade. Uma rede perfeita é aquela em que não há interrupção no arranjo ordenado dos átomos que compõem o material. Essa situação oferece o menor número de obstáculos ao fluxo de elétrons e, portanto, a maior condutividade. Qualquer irregularidade ou distorção da rede atômica impede o fluxo de elétrons. Fontes de tais obstruções incluem átomos de elementos de liga e contornos de grãos (onde ocorrem incompatibilidades de rede devido a diferentes orientações cristalinas)(NT: Cada grão apresenta uma determinada orientação cristalina). Obstruções adicionais são criadas quando os processos de tratamento térmico precipitam elementos de liga nos contornos de grãos para aumentar a resistência. O trabalho a frio também cria obstruções ao fluxo de elétrons, devido à sua interrupção da estrutura da rede. Durante as inspeções por END, é importante observar que trincas e outras descontinuidades (falta de continuidade metálica) também impedem o fluxo de elétrons.

2.3.1 Condutividade e Propriedades Mecânicas.
As mesmas variáveis ​​de composição química, tratamento térmico e usinagem que determinam as propriedades mecânicas de um metal também determinam sua condutividade elétrica e permeabilidade magnética. Como resultado, foi obtida uma correlação entre a condutividade elétrica e as propriedades mecânicas. Essa correlação não significa que o valor da condutividade de um metal medirá de forma confiável suas propriedades mecânicas. No entanto, para alguns metais,Uma mudança na condutividade medida em relação a uma faixa de condutividade especificada ou uma variação excessiva na condutividade dentro de uma determinada peça ou amostra indica uma provável mudança nas propriedades mecânicas. Essa mudança pode ser prejudicial ao desempenho do metal. Isso requer investigação adicional de engenharia usando testes de dureza e outras formas de teste para determinar a magnitude da mudança e a inutilidade das peças para o uso. A correlação da medição da condutividade com as propriedades mecânicas requer uma mudança claramente definida na condutividade entre as várias ligas (composições químicas diversas), têmperas ou tratamentos térmicos envolvidos. Existem diferenças na condutividade e/ou permeabilidade entre diferentes ligas de muitos metais, incluindo alumínio, cobre, magnésio, aço e titânio. Nem todas as ligas em cada sistema são separáveis ​​devido à sobreposição das faixas de condutividade (relação não biunívoca). Se um material tiver uma condutividade relativamente alta e o outro for relativamente baixo dentro da faixa fornecida, a separação dos materiais é possível. Alguns metais têm diferenças claramente definidas na condutividade ou permeabilidade entre as têmperas padrão de tratamento térmico. Essa situação existe para a maioria das ligas estruturais de alumínio, muitas ligas de magnésio, algumas ligas de cobre e vários aços. Pouca ou nenhuma diferença na condutividade é notada entre as várias condições de tratamento térmico de ligas de titânio.


2.4 Propriedades Mecânicas de Metais Puros.
Um metal puro é aquele composto inteiramente de um único elemento. Esses metais raramente são usados ​​em aplicações estruturais e geralmente são difíceis de preparar devido a problemas na remoção de todos os traços de outros elementos. Eles têm resistência relativamente baixa à deformação porque há poucos mecanismos para impedir o movimento de discordâncias através do metal. Duas condições podem aumentar a resistência dos metais puros. A resistência ao escoamento, que é uma medida da primeira deformação plástica detectável, pode ser aumentada muito ligeiramente pela diminuição do tamanho do grão. Um grão é um pequeno volume do metal com os mesmos padrões repetitivos tridimensionais de átomos. A maioria dos metais de engenharia é composta por um grande número de grãos lado a lado separados pelos contornos de grãos, geralmente não visíveis a olho nu. A diferença na orientação da rede em grãos adjacentes fornece maior resistência ao movimento de discordâncias. Um segundo mecanismo de fortalecimento para metais puros é o trabalho a frio. O trabalho a frio multiplica o número de discordâncias, e a interação entre discordâncias em diferentes planos de rede aumenta a resistência a deformações adicionais.


2.5 Ligas (composição química).
A maioria dos metais de engenharia são ligas metálicas. Uma liga é formada pela adição de um ou mais metais ou não metais a um metal base para formar um metal com as propriedades desejadas. Os elementos de liga são geralmente adicionados durante a fusão de um metal base e as quantidades adicionadas são especificadas como uma faixa percentual. Os elementos de liga podem estar em uma ou mais formas no estado solidificado, dependendo da quantidade adicionada e da taxa de resfriamento a partir da temperatura de fusão.Alguns elementos podem ocupar posições de rede normalmente ocupadas por átomos do elemento principal no material. A liga assim formada é chamada de solução sólida substitucional. Átomos muito pequenos, como os de carbono, nitrogênio e hidrogênio, ocupam posições entre os átomos do metal base para formar soluções sólidas intersticiais. Essa ação pode, na verdade, alterar a estrutura da rede, sendo um exemplo a adição de carbono ao ferro para formar aço. Os elementos de liga também podem formar novas estruturas de rede que são contínuas por todo o metal ou distribuídas como pequenas partículas de vários tamanhos por todo o metal. A distribuição dos elementos de liga depende da quantidade de elementos de liga adicionados em relação à quantidade que pode ser tolerada na rede do metal base e de sua mudança de solubilidade com a temperatura.

Soluções sólidas substitucional e intersticial
Figura 1. Tipos de Soluções Sólidas


2.5.1 Efeitos da Liga nas Propriedades Mecânicas.
Todas as distribuições de elementos de liga aumentam a resistência de um metal à deformação. O aumento da resistência resulta da interferência dos átomos de liga de partículas formadas pelos átomos de liga com o movimento de discordâncias ou pela geração de novas discordâncias. Esta distribuição pode frequentemente ser modificada por tratamento térmico.

2.5.2 Efeitos da Liga na Condutividade.
A condutividade de um metal diminui à medida que quantidades crescentes de elementos de liga são adicionados. Mesmo pequenas quantidades de átomos estranhos podem reduzir significativamente a condutividade. Alguns elementos de liga têm um efeito muito maior na condutividade do que outros. Geralmente, átomos que diferem mais severamente em tamanho e distribuição de elétrons do metal base causam a maior diminuição na condutividade. A distorção da rede causada pelos átomos de liga e partículas de diferentes composições químicas inibe o fluxo de elétrons através da rede. Devido às variações na composição química resultantes das tolerâncias nas adições de liga, uma faixa de condutividade em vez de um valor específico de condutividade é obtida para cada liga.


2.6 Tratamento Térmico.
As propriedades dos metais podem ser alteradas modificando o número e a distribuição de discordâncias, átomos de liga e partículas de diferentes composições. Essas mudanças podem ser realizadas por meio de vários tipos de tratamento térmico. Os três principais tipos de tratamento térmico são: (1) recozimento, (2) tratamento térmico de solução e (3) tratamento térmico de precipitação ou envelhecimento artificial.

2.6.1 Recozimento.
No recozimento, o metal é aquecido a uma temperatura suficientemente alta para remover os efeitos do trabalho a frio por redistribuição de discordâncias e, em alguns casos, pela formação de novos grãos livres de tensões (recristalização). Durante o recozimento de ligas, a temperatura é selecionada suficientemente alta para permitir que os átomos de liga migrem facilmente. No entanto, essa temperatura selecionada é suficientemente abaixo da solubilidade máxima para favorecer a formação de partículas e compostos separados pelos átomos de liga.O resfriamento lento da temperatura de recozimento incentiva ainda mais átomos de liga a se moverem de suas posições aleatórias na rede do metal base para auxiliar no crescimento de compostos secundários maiores.

2.6.1.1 Efeitos do Recozimento nas Propriedades Mecânicas.
O recozimento remove muitos dos obstáculos ao fluxo plástico, como discordâncias interativas, os numerosos átomos de liga individuais e partículas finas que normalmente resistem à deformação plástica. Esses processos geralmente resultam em metais de menor resistência e maior ductilidade após o recozimento.

2.6.1.2 Efeitos do Recozimento na Condutividade.
O processo de recozimento reduz os obstáculos ao fluxo de elétrons. Portanto, o recozimento melhora a condutividade de um metal.

2.6.2 Tratamento Térmico em Solução.
O número mínimo de átomos de liga ocupará sítios de rede do metal base quando uma temperatura ligeiramente abaixo do ponto de fusão for atingida. Em soluções sólidas intersticiais, o número máximo de átomos ocupará posições intersticiais. À medida que as temperaturas diminuem, os átomos de muitos elementos de liga tendem a se difundir e formar compostos ou regiões separadas com uma rede diferente. Se o metal for resfriado rapidamente, os átomos não têm tempo para se difundir e são mantidos em suas posições originais da rede (retidos em solução). O processo é chamado de tratamento térmico de solução. Qualquer atraso no resfriamento rápido (têmpera retardada) ou uma taxa lenta de resfriamento permitirá um aumento na difusão e reduzirá o número de átomos de liga mantidos em solução.

2.6.2.1 Efeitos do Tratamento Térmico de Solução nas Propriedades Mecânicas.
Os átomos de liga retidos nas posições da rede do metal base pelo tratamento térmico de solução apresentam obstáculos ao movimento de discordâncias. A resistência à deformação plástica aumenta a resistência do metal. Em muitos casos, mais de um elemento de liga contribui para a maior resistência das ligas. Taxas lentas de resfriamento devido às temperaturas do tratamento térmico de solução ou uma temperatura de tratamento térmico de solução muito baixa podem reduzir a resistência da liga tratada termicamente.

2.6.2.2 Efeitos do Tratamento Térmico de Solução na Condutividade.
A distorção e as tensões estabelecidas pela substituição dos átomos de liga pelos do metal base reduzem a condutividade do metal. Quanto maior o número de átomos de soluto de um material específico, maior será a redução na condutividade. A presença de vacâncias na rede, causada pelo tratamento térmico de solução, também perturba a estrutura eletrônica de uma liga e contribui para uma menor condutividade.

2.6.3 Tratamento Térmico por Precipitação.
Se uma liga foi tratada termicamente por solução para reter átomos na mesma rede ocupada em alta temperatura, as propriedades podem ser ainda mais modificadas por um tratamento de precipitação ou envelhecimento. Durante um tratamento de precipitação, uma liga é aquecida a uma temperatura que permitirá a difusão e a coalescência dos átomos de liga para formar partículas microscópicas de diferentes composições e estruturas de rede dentro do metal. O número, tamanho,e a distribuição das partículas são controladas pelo tempo e pela temperatura do processo de envelhecimento. As temperaturas são muito mais baixas do que as necessárias para o tratamento térmico de solução ou recozimento. Temperaturas mais baixas e tempos mais curtos resultam em tamanhos de partículas menores. Temperaturas mais altas favorecem a formação de partículas em menor número, porém maiores.

2.6.3.1 Efeitos do Tratamento por Precipitação nas Propriedades Mecânicas.
Os tratamentos de precipitação ou envelhecimento são geralmente projetados para aumentar a resistência das ligas, particularmente o limite de escoamento. O reforço é realizado pela formação de pequenas partículas de composição e estrutura de rede diferentes da rede original. As pequenas partículas fornecem obstáculos ao movimento de discordâncias nas quais os planos dos átomos deslizam uns sobre os outros, causando deformação plástica. O maior reforço geralmente ocorre em uma faixa específica de tamanho de partícula para um sistema de liga particular. Em muitos casos, o envelhecimento é realizado sob condições projetadas para fornecer uma combinação específica de resistência e ductilidade, ou resistência à corrosão. À medida que o envelhecimento aumenta além do tempo ou temperatura ideais, o tamanho das partículas aumenta e ocorre um amolecimento gradual. Quando o material é envelhecido por um tempo excessivo ou a uma temperatura muito alta, diz-se que está superenvelhecido.

2.6.3.2 Efeitos do Endurecimento por Precipitação na Condutividade.
A remoção de átomos estranhos da rede de origem durante o endurecimento por precipitação remove grande parte da distorção da distribuição de elétrons na rede. Essa ação favorece o movimento de elétrons através do metal e resulta em maior condutividade. À medida que maiores quantidades de átomos estranhos são removidos da solução e o crescimento de partículas ocorre durante o superenvelhecimento, a condutividade continua a aumentar.


2.7 Medição de Propriedades Mecânicas.
O método mais comum para determinar a resistência dos metais é por meio de um ensaio de resistência à tração. No ensaio de resistência à tração, um corpo de prova é removido do metal a ser testado, usinado em uma configuração especificada e testado até que falhe (rompa). Isso é realizado aplicando-se uma força de tração conhecida. A força de tração é a tensão na qual ocorre uma quantidade conhecida de deformação plástica, e a tensão de ruptura pode então ser determinada. Muitos outros ensaios destrutivos podem ser realizados para estabelecer propriedades como resistência ao impacto, sensibilidade ao entalhe (tenacidade ao impacto) e resistência à fadiga. Todos esses métodos exigem a destruição de uma seção da peça a ser testada e envolvem tempo e custos consideráveis.

2.7.1 Ensaio de Dureza.
Uma medida aproximada da resistência dos metais pode ser estabelecida por meio de ensaios de dureza. A dureza é geralmente determinada pela resistência de um metal à penetração de um indentador arredondado ou pontiagudo pressionado na superfície com uma força estática conhecida. A medição da dureza é baseada na profundidade de penetração do indentador ou na área plana da indentação. Para muitos metais, foi estabelecida uma correlação entre dureza e resistência à tração.A dureza não fornece informações sobre ductilidade, embora medidores de dureza portáteis estejam disponíveis; o acesso e a geometria geralmente limitam seu uso.



antes
depois