Non Destructive Method Theory - Basic Principles - https://www.tinker.af.mil/Portals/106/Documents/Technical%20Orders/AFD-101516-33B-1-1.pdf AF338-1-1-EC-CP4Sc0-Indice ROCarneval

Capítulo 4 - MÉTODO DE INSPEÇÃO POR CORRENTES PARASITAS

traduzido do livro: AIR FORCE TO 33B-1-1 / ARMY TM 1-1500-335-23 / NAVY (NAVAIR) 01-1A-16-1 - Manual Técnico - Métodos de Inspeção Não Destrutiva, Teoria Básica

  1. CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS CP
    1. Introdução a Inspeção por Correntes Parasitas
    2. Definição de Corrente Parasita
    3. Inspeção com Corrente Parasita
    4. Vantagens do Método de Correntes Parasitas
    5. Limitações do Método de Correntes Parsitas
    6. Variáveis influênciando as Correntes Parasitas
      1. Efeito da Condutividade nas Correntes Parasitas
      2. Efeito da Permeabilidade nas Correntes Parasitas
      3. Permeabilidade Magnética
      4. Geometria
      5. Lift-off
      6. Espessura do Material
      7. Condições do Tratamento Térmico ou Dureza
      8. Temperatura
    7. Técnica de Correntes Parasitas
    8. Campo de Aplicação

1 CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS CP


1.1 Introdução à Inspeção por Correntes parasitas.
Este método é usado para detectar descontinuidades em peças que são condutoras de eletricidade. Uma corrente parasita é uma corrente elétrica que circula em um condutor,
induzida por um campo magnético alternado. Um instrumento de correntes parasitas gera uma corrente alternada que passa por uma bobina de fio de cobre que foi colocada em um suporte e com envoltório chamado sonda. Isso faz com que a bobina produza um campo magnético alternado que, quando colocado perto de um condutor, gera correntes elétricas dentro do condutor (Figura 1). Quando essas correntes parasitas encontram um obstáculo, como uma trinca, o caminho normal e a intensidade das correntes são alterados e essa alteração é detectada, processada e exibida no mostrador do instrumento.

1.1.1 A Inspeção por Correntes parasitas é uma inspeção do tipo referência.
O termo referência significa que um padrão é usado para configurar o sistema. Os resultados são tão bons quanto o(s) padrão(ões) de referência usado(s). Para detecção de falhas, recomenda-se um mínimo de três falhas de tamanhos diferentes para a configuração do sistema. As três falhas representam um método de padronização mais próximo para ter confiabilidade da inspeção e probabilidade de detecção (POD). Padrões de calibração também são usados ​​para medições de espessura (peça e revestimento) e medição de condutividade. O termo calibração se refere ao uso de padrões diretamente rastreáveis ​​a um padrão do Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia (NIST-National Institute of Standards and Technology)(NT: No Brasil INMETRO) que é controlado pelo governo.

Bobina Induzindo Correntes Parasitas na PeçaIbdução de
Figura 1. Geração de Correntes parasitas


1.2 Definição de Corrente Parasitas.
Correntes parasitas são correntes elétricas induzidas em um condutor por um campo magnético variável no tempo. Correntes parasitas fluem em um caminho (trazetória) circular, mas seus caminhos são orientados perpendicularmente à direção do campo magnético.


NOTA
Quando as propriedades ferromagnéticas da amostra são de interesse, o ensaio magnetoindutivo é o termo mais apropriado. Para os propósitos deste capítulo, correntes parasitas, Inspeção por Correntes parasitas e ET serão usados.



1.3 Inspeção com Correntes parasitas.
O método de inspeção por correntes parasitas é um método de inspeção altamente sensível e confiável. Quando usado por um técnico treinado e qualificado, pode ser usado para detectar trincas superficiais e algumas subsuperficiais, determinar propriedades de materiais e medir a espessura de materiais finos, revestimentos condutores e revestimentos não condutores em substratos condutores.



1.4 Vantagens do Método das Correntes parasitas.
A seguir, algumas vantagens do método das correntes parasitas:

  • Resultados instantâneos
  • Pouca preparação das peças
  • Nenhum material perigoso necessário
  • Sensível a pequenas falhas
  • Pouco ou nenhum perigo para o operador


1.5 Limitações do Método das Correntes parasitas.
A seguir, algumas limitações do método ET:

  • A inspeção é limitada a materiais eletricamente condutores
  • Falhas que correm paralelamente à superfície são difíceis de detectar
  • Materiais ferromagnéticos têm efeitos de permeabilidade que entram em conflito com a condutividade dificultando a avaliação
  • A efetividade do ensaio está relacionada à habilidade do inspetor



1.6 Variáveis ​​que afetam as correntes parasitas.
Parâmetros de inspeção como a separação bobina-amostra (também chamada de acoplamento eletromagnético [lift-off] ou fator de enchimento [fill-factor], dependendo do tipo de bobina usada) e o projeto do conjunto da bobina podem fazer com que as correntes parasitas variem. Uma consequência disso é que, muitas vezes, a corrente parasita para uma condição (por exemplo, presença de descontinuidades) pode ser prejudicada por variações em propriedades de "não interesse" (por exemplo, geometria da amostra). Na maioria dos casos, os efeitos das variações em propriedades de "não interesse" (ruído do ensaio) podem ser minimizados ou suprimidos. A geração e a detecção de correntes parasitas em uma peça dependem amplamente de:
  • O sistema de inspeção
  • Propriedades do material da peça
  • As condições de teste

1.6.1 Efeito da condutividade nas correntes parasitas.
A distribuição e a intensidade das correntes parasitas em materiais não ferromagnéticos são fortemente afetadas pela condutividade elétrica. Em um material de condutividade relativamente alta, fortes correntes parasitas são geradas na superfície. Por sua vez, as fortes correntes parasitas formam um forte campo eletromagnético secundário que se opõe ao campo primário aplicado. Como resultado, a intensidade do campo primário diminui rapidamente com o aumento da profundidade abaixo da superfície. Em materiais pouco condutores, o campo primário gera pequenas quantidades de correntes parasitas, que produzem um pequeno campo secundário oposto. Portanto, em materiais altamente condutores, fortes correntes parasitas são formadas perto da superfície, mas sua intensidade reduz rapidamente com a profundidade. Em materiais pouco condutores, correntes parasitas mais fracas são geradas perto da superfície, mas penetram em maiores profundidades. A magnitude relativa e a distribuição das correntes parasitas em bons e maus condutores são mostradas na Figura 2.

Decaimento da Instensidade da Corrente Parasita com a Profundidade
Figura 2. Intensidade relativa e distribuição das correntes parasitas em bons ou maus condutores

1.6.2 Efeito da permeabilidade nas correntes parasitas.
Os ensaios de correntes parasitas em peças ferromagnéticas geralmente se limitam à verificação de falhas ou outras condições existentes na superfície da peça ou muito próximas a ela. Em um material ferromagnético, em comparação com um material não ferromagnético, o campo primário resulta em um campo interno muito maior devido à grande permeabilidade magnética relativa. O aumento da intensidade do campo na superfície resulta em um aumento da densidade de correntes parasitas. O aumento da densidade de correntes parasitas gera um campo secundário maior que reduz rapidamente a intensidade geral do campo a uma curta distância da superfície. Consequentemente, a profundidade efetiva de penetração das CP é muito menor em materiais ferromagnéticos do que em outros materiais condutores não magnéticos. A alta permeabilidade magnética relativa atua como um escudo contra a geração de correntes parasitas muito abaixo da superfície em uma peça ferromagnética. Os efeitos relativos das variações de permeabilidade na profundidade de penetração e na intensidade das correntes parasitas são mostrados na Figura 3.

Efeito da Permeabilidade Magnética na Penetração das CP
Figura 3. Magnitude Relativa e Distribuição de Correntes parasitas em Material Condutor de Alta ou Baixa Permeabilidade

1.6.3 Permeabilidade Magnética.
A permeabilidade magnética relativa é a principal propriedade dos materiais ferromagnéticos que afeta as respostas das correntes parasitas. A permeabilidade relativa depende de uma ampla variedade de parâmetros: composição da liga, grau de magnetização, tratamento térmico e tensão residual, para citar alguns. Variações na permeabilidade podem mascarar efeitos de descontinuidades ou outras condições de interesse. Existem algumas situações em que a permeabilidade na área de interesse não é um parâmetro interferente e a inspeção por correntes parasitas pode ser aplicada com sucesso. Um aumento na condutividade ou uma diminuição na permeabilidade causa uma diminuição na impedância medida. Por outro lado, uma diminuição na condutividade ou um aumento na permeabilidade magnética causa um aumento na impedância medida.

1.6.4 Geometria.
Correntes parasitas ocupam um volume relativamente pequeno em um material condutor. Conforme indicado nas Figuras 2 e 3, o volume é aproximadamente cônico e não muito profundo. O diâmetro máximo será da ordem de duas vezes o diâmetro da bobina de acionamento (que pode ser reduzido pela blindagem da bobina) e a profundidade é estimada pela equação discutida na Seção 8. Nesse sentido, a geometria da peça só se torna significativa quando esse volume (cone) excede o volume disponível dentro da peça. Isso acontece quando a espessura da região da peça inspecionada é menor que a profundidade efetiva desse volume cônico ou quando uma área próxima às bordas da peça é inspecionada.

1.6.5 Lift-Off.
À medida que uma sonda de correntes parasitas é aproximada de uma peça condutora, você notará uma mudança no sinal detectado. Com a sonda próxima a uma peça, uma mudança pronunciada no sinal será observada em resposta a uma pequena mudança na distância entre a bobina da sonda e a peça. Esse efeito é denominado lift-off (acoplamento eletromagnético). A mudança no sinal ocorre porque a intensidade das correntes parasitas na peça diminui consideravelmente com um ligeiro aumento no espaçamento entre a bobina e a peça. Essa condição é demonstrada na Figura 4. Medições calibradas de lift-off podem ser usadas para determinar a espessura de revestimentos não condutores em peças condutoras. O lift-off é discutido mais detalhadamente no Parágrafo 3.14.8.

Influência do Lift-off na penetração das CP
Figura 4. Intensidade Relativa das Correntes parasitas com Variações no Lift-Off

1.6.6 Espessura do Material.
Em material de revestimento finos com espessura menor que a profundidade efetiva de penetração (consulte o Parágrafo 3.4.2), o campo eletromagnético não é zero na superfície posterior do revestimento. À medida que a espessura do revestimento diminui, o campo na superfície posterior do revestimento aumenta. E, à medida que a espessura do revestimento aumenta, o campo da superfície posterior do revestimento diminui. Isso fornece um mecanismo para medição de espessura de materiais finos. Além disso, um material de condutividade menor ou maior no lado oposto alterará a intensidade e a distribuição das correntes parasitas no material base, conforme mostrado na Figura 5. Isso fornece um meio para medição de espessura de revestimentos finos e condutores em materiais subjacentes que são mais ou menos condutores do que o revestimento.

Medição de espessura de camada de revestimento
Figura 4-5. Distribuição de Correntes parasitas em Condutores Finos Como Revestimento Sobre Materiais de Condutividade Diferente

1.6.7 Condição de Tratamento Térmico ou Dureza.
O tratamento térmico (ou endurecimento por envelhecimento) de um metal altera sua dureza e sua condutividade elétrica. As ligas de alumínio têm sido as mais investigadas quanto ao efeito dureza/condutividade. Novamente, a mudança de impedância ocorre ao longo da curva de condutividade (do Plano de Impedâncias) na faixa de 25% a 65% IACS (International Annealed Copper Standard - IACS).

1.6.8 Temperatura.
Alterar a temperatura de uma peça altera sua condutividade elétrica. Todos os metais se tornam menos condutores à medida que a temperatura aumenta. Isso seria visto no plano de impedância como um movimento ao longo da curva de condutividade em direção à extremidade zero (ar) da curva. Para ligas de alumínio, a condutividade diminui cerca de 1% IACS para um aumento de 20°F (11°C) na temperatura. Se um medidor de condutividade estiver sendo usado para verificar as condições adequadas da liga ou do tratamento térmico, a temperatura de todas as peças e padrões de calibração deve ser a mesma e mantida constante. Uma mudança na temperatura pode ser interpretada como uma mudança na liga (composição química) ou na dureza, uma vez que todos os três fatores podem alterar a condutividade de um metal.


1.7 Técnicas de Correntes parasitas.
Há uma grande variedade de técnicas de correntes parasitas. Uma técnica pode ser definida pelas frequências de teste, arranjos de bobinas, análises de dados e exibições de dados utilizadas. As técnicas da Tabela 1 são aplicações comuns usadas para medir ou detectar uma variedade de condições. A tabela é categorizada de acordo com a propriedade real do material ou parâmetro de inspeção a ser medido.


1.8 Aplicação em Campo.
O método de correntes parasitas é adequado para a detecção de trincas originadas no serviço em peças de aeronaves e equipamentos relacionados. Além disso, os aparelhos de correntes parasitas são portáteis, com a maioria dos sistemas utilizando energia de bateria. As aplicações de correntes parasitas são mais adequadas para inspecionar pequenas áreas localizadas. A varredura de grandes áreas em busca de trincas orientadas aleatoriamente é desencorajada, a menos que o sistema seja automatizado. As correntes parasitas podem ser mais econômicas do que outros métodos, pois normalmente não são necessários decapagem e retoque de revestimentos superficiais.




antes
depois