IAEA Insternational Atomic Energy Agency Indice ROCarneval

IAEA - Correntes Parasitas - Capítulo 3 - INSTRUMENTAÇÃO DO ENSAIO

traduzido do livro: https://www.iaea.org/publications/8414/eddy-current-testing-at-level-2-manual-for-the-syllabi-contained-in-iaea-tecdoc-628rev-2-training-guidelines-for-non-destructive-testing-techniques


3. CONCEITOS GERAIS

3.1. Princípios e características básicas das sondas de correntes parasitas

As sondas de corrente parasita são baseadas em princípios relativamente simples e geralmente consistem em um conjunto contendo uma ou mais bobinas em uma configuração adequada. A forma da bobina, sua seção transversal, tamanho e configuração são parâmetros que precisam ser considerados para produzir uma sonda específica adequada para uma aplicação determinada ou faixa de aplicações. Esta bobina é energizada por uma corrente alternada de frequência e amplitude conhecidas que dá origem ao campo magnético que também é de tipo variável. Quando esta bobina é aproximada de um material de ensaio condutor elétrico, há uma tensão induzida gerada na amostra.


3.1.1 Função de Indução e Recepção

Existem dois métodos de detecção de mudanças nas características de correntes parasitas:
  • (a) O método de impedância
  • (b) O método de excitação e de capatação de resposta

Método de impedância

No método de impedância, a bobina de excitação é monitorada. Como as mudanças na tensão da bobina ou na corrente da bobina são devido a mudanças da impedância da bobina, é possível usar o método para detectar quaisquer parâmetros do material que resultem em mudanças da impedância da bobina.

A impedância resultante é a soma da impedância da bobina (no ar, em vazio),  mais a impedância gerada pelas correntes parasitas no material ensaiado.

O método de impedância do ensaio de correntes parasitas consiste em monitorar a queda de tensão em uma bobina de ensaio. A impedância tem componentes resistivos e indutivos. A magnitude da impedância é calculada a partir da equação:

| Z | = [ R2 + XL2 ] 1/2                                                                                                                              (3.1)

onde
Z = impedância elétrica
R = resistência elétrica
XL = reatância indutiva

e a fase de impedância é calculada como:

Θ = ArcTan ( XL/ R )                                                                                                                              (3.2)

onde
Θ = ângulo de fase
R = resstência elétrica
XL = reatância indutiva

A tensão na bobina de teste é V = IZ, onde I é a corrente através da bobina e Z é a impedância.

A resistência de uma amostra ensaiada ao fluxo de correntes parasitas é refletida como uma carga resistiva e é equivalente a uma resistência em paralelo à reatância indutiva da bobina. Esta carga resulta em uma mudança de impedância resistiva e indutiva na bobina de ensaio. A impedância da bobina pode ser exibida em diagramas de impedância normalizados (plano de impedâncias). Com este mostrador do aparelho ("display") podemos analisar o efeito dos parâmetros da amostra ensaiada na impedância da bobina. A derivação do circuito equivalente da impedância da bobina é útil para uma compreensão quantitativa do efeito de vários parâmetros do ensaio.


Método de excitação e captação de resposta ("Send-receiving method")

O método de emissão-recepção consiste em bobina (ou bobinas) de acionamento separada(s)  da(s) bobinas (ou bobinas) de coleta . Neste caso, a tensão induzida através da bobina de captação é medida. O método excitação-captação no ensaio de correntes parasitas é usado, por exemplo, para eliminar os desvios de temperatura. O fluxo de correntes parasitas é monitorado pela observação do efeito de seus campos eletromagnéticos associados na tensão induzida em bobina(s) receptora(s) independente(s). Isto é mostrado na figura. 3.1.

N.T.: Por necessariamente empregar, pelo menos, dois enrolamentos com funções completamente diferentes, as sondas empregadas nesse método são chamadas de duplas.

Circuito emissor-receptor (duplo)

FIG. 3.1. Circuito de emissor-receptor (duplo).

A bobina de excitação ou primária é acionada com uma corrente senoidal com amplitude constante de pico a pico para obter uma força magnetomotriz constante. Como resultado, o fluxo da bobina de excitação é independente da resistência da bobina.

A resistência do fio das bobinas de excitação e receptora pode mudar, devido à temperatura, sem afetar os sinais de saída. O efeito do desvio de temperatura é assim eliminado. A independência de temperatura torna este método útil para medir a condutividade, a espessura da parede e o espaçamento entre camadas de metal.


3.1.2 Medida absoluta e diferencial

A distinção mais básica entre sondas pode ser feita com base em seu modo de operação. Nesse tocante as sondas podem ser classificas em:
  • (a) Sondas de correntes parasitas absolutas.
  • (b) Sondas diferenciais de correntes parasitas.

Medida de corrente parasita absoluta

As sondas de corrente parasita absolutas consistem em uma única bobina ou seu equivalente.
Um enrolamento separado em duas ou mais seções ainda seria considerado absoluto se funcionasse como tal. Neste tipo de sonda, a impedância ou a tensão induzida na bobina é medida diretamente (seus valores absolutos em vez de mudanças na impedância ou tensão induzida). FIG. 3.2 e FIG. 3.3 mostra sondas de correntes parasitas absolutas.


Arranjo absoluto com bobina única
FIG. 3.2. Arranjo absoluto de bobina única.

Arranjo absoluta com bobinas duplas
FIG. 3.3. Arranjo absoluto de bobina dupla.

No arranjo absoluto de bobina simples, é ensaida apenas a área sob a bobina e não se compara com um padrão de referência (referência externa). Como foi observado na Fig. 3.3 para bobinas duplas, a bobina secundária possui o dispositivo indicador conectado através da bobina e não está conectado a uma fonte CA. Normalmente, a bobina secundária está localizada dentro da bobina primária e as duas bobinas são chamadas de bobina dupla.

Quando bobinas duplas são usadas, a bobina primária gera ou induz correntes parasitas no artigo ensaiado. As correntes parasitas, por sua vez, geram um campo magnético que reage contra o campo da bobina primária e também induz uma corrente na bobina secundária. Mudanças no fluxo de correntes parasitas são refletidas como mudanças na corrente induzida na bobina secundária. Assim, o dispositivo indicador apresenta a mudança no fluxo de correntes parasitas. O arranjo absoluto de bobina dupla também é conhecido por nomes como sonda emissora-receptora (no inglês, "driver-pickup probe"), sonda acionada por bobina excitadora, sonda de captura de resposta ("pitch catch probe") e, mais comumente, uma sonda de reflexão.


Medida diferencial de correntes parasitas

A sonda de corrente parasita diferencial consiste em um par de bobinas conectadas em oposição elétrica (por conexão, ou diferença de espiralamento), de modo que uma impedância líquida medida ou tensão induzida é cancelada quando ambas as bobinas experimentam condições idênticas. As bobinas podem detectar apenas mudanças no material ensaiado, portanto, sondas de correntes parasitas diferenciais são usadas para reagir a mudanças nos materiais ensaiado enquanto cancelam ruídos e quaisquer sinais indesejados que afetam ambas as bobinas. FIG. 3.4 mostra um arranjo diferencial de auto comparação com bobina simples típico e a FIG. 3.5 mostra um arranjo diferencial típico de referência externa com bobina simples. FIG. 3.6 mostra um arranjo diferencial de auto-comparação de bobina dupla típico e a FIG. 3.7 mostra um arranjo diferencial típico de referência externa de bobina dupla.

Bobina simples com arranjo diferencial auto comparativo
FIGO. 3.4. Arranjoo diferencial de auto comparação de bobina única.

Bobina simples com arranjo diferencial por comparação externa
FIG. 3.5. Arranjo de bobinas diferencial com comparação externa de bobina única.


Bobina dupla com arranjo diferencial auto comparativo
FIG. 3.6. Arranjo de bobina diferencial de auto comparação de bobina dupla.

Bobina dupla arranjo com comparação externa diferencial
FIG. 3.7. Arranjo diferencial por comparação externa de bobina dupla.


Comparação entre sondas absolutas e diferenciais

Sondas Absolutas
Sondas Diferenciais
1. Sensíveis tanto a mudanças repentinas e graduais de propriedades e dimensões.
1. Insensíveis a mudanças graduais de propriedades e dimensões (pode não detectar descontinuidades longas graduais).
2. Sinais combinados são normalmente mais fáceis de interpretar.
2. Sinais podem ser difíceis de interpretar.
3. Mostra o comprimento total das descontinuidades.
3. Detecta apenas as extremidades de descontinuidades longas.
4. Sensíveis a mudanças causadas pela alteração da temperatura.
4. Insensíveis a mudanças causadas por alterações da temperatura.
5. Sensíveis a vibração da sonda.
6. Menos sensíveis a vibrações da sonda.


3.1.3 Tipos de sonda

As sondas de correntes parasitas podem ter várias formas. A escolha do tipo depende da situação de ensaio. A seguir estão os três principais tipos de sonda usados ​​principalmente em ensaios de correntes parasitas:
  • (a) Sonda interna (tipo bobina).
  • (b) Sonda envolvente.
  • (c) Sonda superficial.

Sonda interna

As sondas internas consistem em bobinas circulares usadas para ensaiar o interior de tubos ou furos circulares. FIG. 3.8 ilustra um tipo de bobina que pode ser inserida em um tubo para inspecionar descontinuidades na circunferência interna do tubo. Tal como acontece com a bobina envolvente, a bobina interna induz correntes que circundam toda a circunferência do tubo para que toda a seção ao redor da espira da bobina seja inspecionada.

Como as correntes induzidas no material são mais fortes perto da bobina, a bobina interna é mais sensível a defeitos localizados sobre ou perto da superfície interna do tubo.

Sonda interna
FIG. 3.8. Bobina interna.


Sondas envolventes

As sondas envolventes são semelhantes em estrutura às sondas internas, exceto pelo fato de que o material ensaiado é passado dentro das bobinas.
Eles são usados ​​principalmente para inspecionar a superfície externa de materiais redondos, como tubos e hastes. FIG 3.9. mostra uma bobina envolvente. O campo magnético induz correntes parasitas na barra que circundam toda a circunferência do tubo ou haste, de modo que toda a seção (circunferência) sob a bobina é inspecionada em qualquer instância.


A largura da bobina é uma função da aplicação. Bobinas largas cobrem grandes áreas, de modo que respondem principalmente a efeitos de volume, por exemplo, condutividade, enquanto bobinas estreitas detectam áreas pequenas e, portanto, são mais responsivas a pequenas mudanças, como aquelas produzidas por descontinuidades. O campo magnético da bobina se estende ligeiramente além das extremidades da bobina.

Sonda envolvente
FIG. 3.9. Bobina envolvente.


Sondas superfíciais

As sondas superfíciais são uma das sondas de corrente parasita mais usadas para inspecionar superfícies, planas ou com contornos, quanto a presença de descontinuidades ou propriedades do material. Os defeitos podem ser superficiais ou subsuperficiais. Estas também são chamados apenas de sondas (do inglês, "probe coils"). FIG. 3.10 mostra uma sonda superfícial típica. A sonda superfícial pode ser portátil (manuseada por um inspetor) ou montada em equipamento de varredura automatizado. A bobina montada na extremidade da sonda é fornecida com uma camada protetora de epóxi para servir como superfície de desgaste. O campo magnético produzido por uma bobina é aproximadamente do tamanho da bobina. Outras variações de projetos de sonda superfícial são sondas com a forma de disco (do inglês, "pancake probes"), sonda plana (do inglês, "flat probe"), na forma de ferradura (do inglês, "horse shoe probe") ou sonda com fenda (do inglês, "gap probe"), sonda giratória ou orbital (do inglês, "spinning probe"), de sonda acionada por mola (do inglês, "spring loaded probe") e sonda lápis (do inglês, "pencil probe").

Sonda superficial típica
FIG. 3.10. Uma sonda superfícial típica.


3.2. Distribuição de correntes parasitas em relação à posição da bobina

3.2.1 Campo gerado pela bobina indutora sem carga

No caso de um condutor reto longo transportando corrente, as linhas de força magnética (ou fluxo) existem que são caminhos circulares fechados concêntricos com o eixo do condutor.

A permeabilidade relativa do ar e materiais não magnéticos para todos os propósitos práticos é considerada como 1. No caso de materiais ferromagnéticos, a permeabilidade relativa não é constante, mas é uma função da densidade do fluxo. No entanto, para sondas de correntes parasitas energizadas por baixos níveis de magnetização, a permeabilidade pode ser considerada razoavelmente constante.

Quando o fio reto é enrolado em uma bobina (muitos laços de fio), as linhas de força que circundam o fio formam um campo magnético dentro e fora do laço, conforme ilustrado na FIG.
3.11 (Campo magnético de uma bobina).


Campo magnético da bobina
FIG.3.11. Campo magnético de uma bobina.


O campo assim criado é semelhante ao campo de um ímã na forma de barra. A força deste campo depende de dois fatores: o número de voltas da bobina e da magnitude da corrente. A intensidade do campo Hz ao longo do eixo de uma bobina condutora de corrente de raio r metros em um ponto z metros do centro e tendo N espiras é dada por:

Cáculo da intensidade do campo magnético da bobina

onde
Hz = intensidade do campo magnético
r = raio da bobina
N = número de voltas da bobina
I = corrente elétrica
z = distância a partir do centro


3.2.2 Caminho das correntes parasitas em uma peça de acordo com sua posição em relação à bobina indutora

As correntes parasitas formam circuitos fechados de correntes induzidas que circulam em um plano perpendicular à direção do fluxo magnético. Sua direção normal de deslocamento é paralela ao enrolamento da bobina e paralela à superfície. O fluxo de correntes parasitas é limitado à área do campo magnético indutor. Para detecção de falhas é essencial que o fluxo de correntes parasitas seja perpendicular à trinca para obter a máxima resposta. Se o fluxo de correntes parasitas for paralelo ao defeito, não haverá interrupção da corrente e, portanto, nenhuma alteração na impedância da bobina. FIG. 3.12.a ilustra a sensibilidade de uma sonda superfícial às descontinuidades em relação à sua posição no corpo de prova.

Uma sonda superfícial do tipo disco ("pancake") terá pouca sensibilidade a laminações da chapa, aderência do revestimentos e descontinuidades paralelas à superfície da amostra ensaiada.

Para defeitos paralelos ao enrolamento da bobina, uma sonda na forma de ferradura (em forma de "U", "horse shoe probe") com grande abertura pode ter sensibilidade razoável. Uma sonda com abertura ("gap probe") usa material ferromagnético para moldar o campo magnético. O campo é confinado pelo núcleo fazendo com que as correntes parasitas fluam em trajetos circulares perpendiculares às linhas de fluxo.

Propriedades direcionais da sonda superficial.
FIG. 3.12.a - Propriedades direcionais de uma sonda de superfície


3.2.2 Influência do afastamento da sonda no acoplamento em várias formas
 
Muitos sistemas práticos de ensaio de correntes parasitas são organizados com algum espaçamento entre a bobina e o material ensaiado para que os objetos possam ser manuseados e movidos dentro dos campos da bobina. Os efeitos desse espaçamento na reatância e nas correntes parasitas induzidas são, no entanto, significativos e devem ser levados em consideração ao projetar as sondas. Para bobinas superfície ou bobinas envolventes, o efeito do espaçamento afeta de certa forma o acoplamento entre o campo da bobina e o material ensaiado.

Quando uma bobina de corrente parasita é afastada da superfície de um material condutor não magnético de uma certa distância, uma parte do fluxo magnético criado pela corrente da bobina de ensaio não atinge o material ensaiado. Se a bobina é afastada muito da superfície do material tal que nenhuma de suas linhas de fluxo magnético atinge o material ensaiado, a bobina exibe sua reatância indutiva de bobina vazia (bobina no ar). Este é o valor mais alto atingível durante os ensaios de materiais não magnéticos. Se a bobina se aproximar da superfície do material ensaiodo, mais de suas linhas de fluxo magnético interceptam o material ensaiado induzindo correntes parasitas que se opõem a uma mudança no campo magnético da bobina. À medida que a intensidade do campo de reação da corrente parasita aumenta, a ligação total do fluxo magnético com a bobina de excitação é reduzida.

À medida que o campo de reação da corrente parasita aumenta com a proximidade da bobina à superfície do material ensaiado, a indutância da bobina e a reatância indutiva são reduzidas. O limite desta redução é alcançado quando a face da bobina é colocada em contato intimo com a superfície do material ensaiado.

A sensibilidade do ensaio de corrente parasita às propriedades do material é maior quando as perdas pela resistência elétrica à corrente parasita são maximizadas. A sensibilidade máxima da sonda é alcançada quando a bobina está em contato direto com a superfície plana de um material ensaiado não magnético. O aumento na distância bobina-peça sempre reduz a sensibilidade dos ensaios de correntes parasitas.


3.2.3 Método de focalização

A blindagem (isolamento) das correntes parasitas é necessária para fins de focalização, ou seja, uma parte maior do fluxo disponível pode estar concentrada abaixo da sonda. O uso de sondas de correntes parasitas blindadas também pode ser necessário para evitar que o campo gerado pela sonda interaja com certos objetos nas proximidades da sonda.

A principal preocupação é a interação com corpos condutores e magnéticos que não fazem parte do ensaio, mas estão próximos e podem produzir indicações falsas ou mascarar o sinal de descontinuidades nas proximidades. A detecção de descontinuidades perto das bordas (como ensaios de furos de fixação em chapas) é um exemplo. A blindagem de sondas de correntes parasitas pode ser feita de três maneiras:
  • (a) Blindagem magnética.
  • (b) Blindagem ativa.
  • (c) Blindagem de correntes parasitas.

A blindagem magnética é obtida criando um caminho de baixa relutância para as linhas de campo dentro da área necessária e longe da região indesejada.
Uma sonda blindada muito simples pode ser construída cobrindo a bobina (com ou sem núcleo de ferrita) usando uma luva de material de alta permeabilidade e baixa condutividade, como a ferrita. Na blindagem ativa a geração de um campo ativo é empregada por meio de uma bobina ou sistema de bobinas para cancelar parte do campo original em área específica. A blindagem de correntes parasitas emprega o efeito de pele para evitar que o campo magnético se estenda até seu limite normal. Neste caso, a blindagem é obtida através da atenuação em vez de alterar o caminho magnético.



3.3.
Reação de diferentes tipos de sondas de acordo com a forma da bobina

3.3.1 Reação a pequenos defeitos

O fluxo de correntes parasitas é limitado à área do campo magnético indutor que é uma função da geometria e projeto da bobina (o uso de blindagem e núcleos tem um efeito significativo na magnitude resultante do campo de correntes parasitas). A sensibilidade ao defeito é proporcional à intensidade do campo em uma sonda superfícial e à largura da abertura em uma sonda tipo ferradura. Como regra geral, o diâmetro do campo deve ser igual ou menor que o comprimento esperado do defeito. O efeito do diâmetro da sonda e comprimento do defeito é mostrado na FIG. 3.13. e FIG. 3.14. Na curva podemos ver que quando o comprimento do defeito é igual ao diâmetro da sonda, a amplitude do sinal varia de um terço a dois terços da amplitude para uma trinca infinitamente longa.

Efeito do comprimento da descontinuidade
FIG. 3.13. Efeito do comprimento do defeito.

Efeito do tamanho da descontinuidade
FIG. 3.14. Efeito do comprimento do defeito.


3.3.2 Reação a defeitos longos

A amplitude da indicação causada por uma descontinuidade depende principalmente da quantidade de corrente interrompida pela descontinuidade. Profundidade, largura e comprimento da descontinuidade determinam a mudança na indicação. No caso de arranjos absolutos de bobinas (bobinas simples ou dupla), o sistema responde a mudanças súbitas e graduais nas propriedades e dimensões. O comprimento total do defeito é indicado.

No caso de disposição de bobina diferencial, desde que não haja diferença sob as bobinas não há indicação no sistema de indicação, mas quando uma descontinuidade está localizada sob qualquer uma das bobinas ocorre um desequilíbrio que é indicado pelo instrumento.


3.3.3 Reação a defeitos contínuos


No caso de uma bobina absoluta, um defeito contínuo produzirá uma indicação contínua. No caso de bobinas diferenciais, não haverá indicação do defeito se o defeito for contínuo de uma extremidade à outra em uma amostra ensaiada.


3.4. Tecnologia e características práticas das sondas

3.4.1 Tecnologia de projeto

As sondas de correntes parasitas são baseadas em princípios relativamente simples e consistem em uma ou mais bobinas em uma determinada configuração. Transdutores de corrente parasita práticos podem variar de pequenas bobinas com menos de 2,5 mm (0,1 pol) a mais de 300 mm (12 pol) de diâmetro, podem ser longos ou curtos e podem ter formato quadrado, redondo ou elíptico em seção transversal, com núcleos não magnéticos e/ou blindagens. As ferramentas básicas de projeto para essas variações permanecem as mesmas e são baseadas nos seguintes parâmetros principais:
  • (a) Indutância da bobina
  • (b) Resistência da bobina
  • (c) Distribuição de campo no espaço
  • (d) Resposta da bobina a mudanças relevantes nas propriedades do material
  • (e) Características de afastamento sonda-peça ("lift-off"); e
  • (f) Resposta a um entalhe, furo perfurado ou outra descontinuidade simulada.
    Além disso, o projeto pode ser influenciado por outras restrições intrínsecas ao ambiente de ensaio (formas ou tamanhos especiais) ou exigidas pela técnica de inspeção (intensidade da fonte, correspondência de impedância, etc.) e isso complica o processo. Alguns dos parâmetros são:
    • (a) Especificações da fonte (força, frequência e configuração).
    • (b) Campo mínimo/máximo obrigatório ou permitido.
    • (c) Impedância exigida da sonda.
    • (d) Formas e dimensões especiais da bobina e padrão de campo.
    Alguns desses requisitos podem, de fato, ser contraditórios. O design deve, portanto, ser flexível e baseado em algum tipo de processo iterativo ou ajustável.
    Some of these requirements may in fact be contradictory. The design should therefore be flexible and based on some sort of iterative or adjustable process.


    3.4.2 Tecnologia de fabricação

    As sondas de correntes parasitas são projetadas e fabricadas de acordo com a mais alta sensibilidade e resolução às descontinuidades.

    Fatores dimensionais e parâmetros elétricos são considerados no momento do projeto para a conseqüente fabricação de uma determinada sonda. O fio isolado de cobre é enrolado sobre a bobina ou formador de tamanho e forma desejados. Cada um dos fatores reconhecidos como fatores dimensionais, como o espaçamento entre a bobina de ensaio e o material, a profundidade de penetração da corrente parasita produzida pela bobina e o tamanho e a forma da bobina, afetam as correntes parasitas induzidas no material e, portanto, afetam as leituras obtidas durante o ensaio. O fator de acoplamento ("lift-off") e preenchimento ("fill factor")  são aspectos bidimensionais a serem considerados na hora de fabricar as sondas.

    Há a necessidade de manter o espaçamento entre a sonda e o material fixo para obter resultados consistentes. Além disso, o efeito de acoplamento ("lift-off or fill factor")  é tão pronunciado que pequenas variações no espaçamento podem mascarar muitas indicações. Para garantir uma pressão constante sendo aplicada em todos os momentos para evitar a separação ('lift-off') da bobina, a bobina pode ser montada em um alojamento com mola. Uma sonda de superfície pode ser portátil ou montada em equipamento de varredura automatizado.

    Se o ensaio de correntes parasitas exigir um grande afastamento da sonda (como nos sistemas de bobinas orbitais que fornecem espaço adequado para a movimentação de materiais ensaiado), pode ser necessário usar um enrolamento de bobina de diâmetro maior do que seria usado durante os ensaios com contato. A grande bobina de excitação pode projetar um campo razoavelmente forte para o material ensaiado e garantir níveis de sinal adequados. No entanto, a área do material  inspecionado por bobinas grandes, a qualquer instante, aumenta proporcionalmente ao diâmetro da bobina. Isso reduzirá a sensibilidade do ensaio a pequenas descontinuidades, como trincas com comprimentos de apenas uma fração do diâmetro da bobina. No entanto, para detectar descontinuidades ou variações de propriedades no material ensaiado, é essencial fornecer intensidades de campo adequadas para induzir correntes parasitas com efeitos de reação detectáveis. Isso pode ser feito aumentando a potência de acionamento da bobina. Isso pode ser alcançado aumentando a corrente ou o número de voltas da bobina.


    3.4.3 Parâmetros elétricos

    O objetivo principal da sonda de correntes parasitas é induzir correntes parasitas no objeto ensaiado e receber de volta a mudança em seu valor devido a variações nas propriedades do material (presença de descontinuidades, variações de condutividade e variações dimensionais, etc.). A sonda recebe uma excitação de corrente alternada de frequência conhecida e amplitude constante do equipamento e isso auxilia na geração de um campo magnético de força desejada para posterior indução de correntes parasitas no material. Os parâmetros como valor da indutância da bobina, seleção da frequência, modo de operação (absoluto ou diferencial) e tipo de sonda (bobina simples ou bobina dupla) são considerações importantes relacionadas às sondas. De forma similar, deve ser consideradas a expansão do campo magnético devido ao seu relacionamento com a sensibilidade da inspeção.


    3.4.4 Manutenção

    A sonda é um componente essencial e vital de qualquer sistema de ensaio por correntes parasitas e, como tal, deve ser cuidada e manuseada adequadamente para evitar possíveis danos a ela durante o uso. O conhecimento dos parâmetros de projeto, como o material de desgaste utilizado, a temperatura desejada, a situação do ambiente de trabalho e a estabilidade (tensão mecânica etc.) devem ser levados em consideração para um melhor uso e manutenção da sonda em ordem. Normalmente, o desgaste pode ser reduzido pela seleção de compostos plásticos resistentes ao desgaste, como fita de Teflon. Onde o desgaste severo é esperado, os suportes da sonda são projetados para fornecer sustentação constante.

    A estabilidade de temperatura pode ser obtida usando material de suporte de bobina com características de transferência de calor baixa em vez de metal. A maioria dos fios de cobre disponíveis comercialmente pode ser usado para temperaturas de até 150 oC a 200 oC. Para temperaturas mais altas, o isolamento de silício pode ter que ser usado para bobinas enroladas de prata ou alumínio. Os materiais devem ser quimicamente compatíveis com o objeto ensaiado. A estabilidade mecânica e elétrica da bobina de ensaio pode ser aprimorada pela aplicação de resina epóxi entre cada camada do enrolamento da bobina.


    3.5. Principal função e ajuste do equipamento

    Geralmente um instrumento de corrente parasita consiste em um oscilador, um amplificador, uma balanceador, um filtro, uma rotação de fase, um medidor DC ou um monitor XY. Um instrumento típico de correntes parasitas é mostrado na FIG. 3.15. São feitos ajustes em vários componentes do equipamento para obter bons resultados de inspeção.

    Diagrama de blocos de aparelhos de correntes parasitas.
    FIG.3. 15. Diagrama de blocos do instrumento de correntes parasitas.


    3.5.1 Oscilador

    Um oscilador ou gerador gera corrente senoidal em uma frequência especificada que passa pelas bobinas de ensaio. Pode ser um gerador de onda senoidal de frequência única e um amplificador de potência, um gerador de onda senoidal de frequência múltipla e amplificadores de potência ou um gerador de pulso fornecendo a forma de onda de pulso desejada. Também pode ser um oscilador auto-excitado cujo comportamento é governado pela impedância da bobina. O oscilador deve ser capaz de gerar uma corrente senoidal variável no tempo em frequências que variam tipicamente de menos que 1 KHz a 6 MHz.


    3.5.2 Energização

    A bobina da sonda usada como dispositivo de energização é um fio de cobre isolado enrolado em um molde adequado. Estabelece acoplamento essencial entre o aparelhos de correntes parasitas e o material ensaiado. A corrente de excitação da bobina é alimentada pelo gerador ou oscilador da unidade, que por sua vez se torna a base da indução de correntes parasitas na amostra. Diferentes tipos de sondas são usados ​​em vários arranjos para atingir o propósito específico. A maioria dos instrumentos de corrente parasita usa ponte CA para detectar pequenas mudanças de impedância entre as bobinas ou entre uma única bobina e a impedância de referência. A maioria dos instrumentos pode operar com impedâncias de sonda entre 10 e 200 Ohms.


    3.5.3 Sistema de Medição

    A impedância da sonda (ou tensão) muda apenas ligeiramente à medida que a sonda passa por um defeito, normalmente menos de 1%. Esta pequena mudança é difícil de detectar medindo impedância absoluta ou tensão. Instrumentos especiais foram desenvolvidos incorporando vários métodos de detecção e amplificação de pequenas mudanças de impedância.

    A ponte CA, uma vez balanceada (em uma região sã da peça inspecionada), quando da presença de um defeito nas proximidades de uma bobina cria um pequeno sinal desbalanceado que é então amplificado. Como o sinal de tensão de desequilíbrio senoidal é muito difícil e ineficiente de analisar, ele é convertido em um sinal de corrente contínua (CC) mantendo as características de amplitude e fase do sinal CA. Isso normalmente é obtido resolvendo o sinal CA em componentes de quadratura e, em seguida, retificando-os, mantendo a polaridade apropriada. Em instrumentos de uso geral, esses sinais são normalmente exibidos em monitores XY (tela plana). Alguns detectores de trincas possuem um medidor para exibir apenas a mudança na amplitude da tensão.


    3.5.4 Balanço / Equilíbrio / Compensação / "Null"

    A impedância da bobina é normalmente balanceada usando um circuito de ponte CA. Um circuito de ponte comum é mostrado na forma geral da FIG. 3.16. Os braços da ponte estão sendo indicados como impedância de tipos não especificados. O detector é representado por um voltímetro. O equilíbrio é garantido por ajustes de um ou mais dos braços da ponte. O equilíbrio é indicado pela resposta zero do detector, o que significa que os pontos B e C estão no mesmo potencial (têm a mesma tensão instantânea). A corrente fluirá através do detector (voltímetro) se os pontos B e C nos braços da ponte estiverem em diferentes níveis de tensão. A corrente pode fluir em qualquer direção dependendo se B ou C está em maior potencial.

    Circuito em ponte convencional
    FIG. 3.16. Circuito de ponte simples.

    Se a ponte for composta por quatro braços de impedância, com componentes indutivos e resistivos, a tensão de ABD deve ser igual à tensão de ACD tanto em amplitude quanto em fase para que a ponte seja balanceada. No equilíbrio:


    I1 . Z1 = I2 . Z2 e I1 . Z3 = I2 . Z4                                                                                                                                                                              (3.3)


    Da equação acima temos:

    Z1 /  Z2 = Z3 / Z4                                                                                                                                                            (3.4)

    A equação (3.4) afirma que a razão da impedância do par de braços adjacentes à direita deve ser igual à razão da impedância do outro par de braços adjacentes à esquerda para o equilíbrio da ponte.

    Em um circuito de ponte típico em instrumentos de correntes parasitas como mostrado na FIG. 3.17., as bobinas das sondas são colocadas em paralelo com os resistores variáveis. O balanceamento é obtido variando esses resistores até que a condição de nulo ou balanceamento seja alcançada.

    Arranjo típico de ensaio
    FIG. 3.17. Arranjo de Ensaio Comum

    3.5.5 Amplificador e Filtro

    Amplificadores de sinais eletrônicos em equipamentos de ensaio por correntes parasitas variam muito em seus requisitos de projeto, dependendo de onde estão na cadeia de sinal. Eles devem acomodar frequências que variam de frequências portadoras tão altas quanto a faixa MegaHertz a sinais de modulação de anomalia que podem descer até CC. A faixa dinâmica dos sinais a serem amplificados pode variar de microVolts na sonda a dezenas de Volts para exibição.

    A amplificação do sinal desenvolvido através da ponte requer, portanto, o uso de um amplificador diferencial. Tal amplificador produz uma saída proporcional à diferença entre os sinais em seus terminais de entrada. Também é possível usar um elemento de isolamento, como um transformador, para converter o sinal diferencial em um único sinal referenciado ao terra e, em seguida, um amplificador de extremidade única comum pode ser usado. A saída do primeiro amplificador diferencial pode ser tomada como de terminação simples e os estágios de amplificação subsequentes são geralmente de terminação única.

    Em um instrumento de uso geral, a amplitude do sinal de saída da ponte é controlada pelo controle "GAIN" (GANHO). Em alguns instrumentos é rotulado como "SENSITIVITY" (SENSIBILIDADE). Controla o amplificador do sinal de saída da ponte. A pré-amplificação é uma técnica comumente usada para aumentar a sensibilidade da inspeção, fornecendo maior tensão de acionamento da sonda.

    Existem muitas situações que requerem o uso de uma rede de filtros para modificar uma tensão ou corrente variável no tempo. Os filtros são usados ​​para eliminar todas as variações de tempo de uma tensão, para selecionar apenas uma faixa estreita de frequências senoidais de uma tensão variável no tempo ou para selecionar todas as frequências acima ou abaixo de um determinado valor. Um caso simples é o de obter uma tensão constante a partir de uma tensão CA retificada. Um circuito de filtro é usado com um retificador para suavizar as variações de tensão no tempo para qualquer extensão necessária na aplicação.


    3.5.6 Demodulação

    Depois que o sinal do transdutor é amplificado para um nível adequado, ele deve ser processado para extrair a modulação impressa nele pelas descontinuidades da peça ensaiada. Isso requer demodulação por um circuito detector. O tipo mais simples é um detector de amplitude ou envelope que consiste em um diodo e um filtro passa-baixa ou às vezes um detector de pico. Tal detector fornece uma saída proporcional à amplitude do sinal, mas independente de seu ângulo de fase.

    Um detector sensível à fase é usado para recuperar as informações contidas no ângulo de fase elétrica do sinal. O projeto do detector e a seleção da amplificação antes e depois da detecção são influenciados por várias considerações de projeto. Entre eles estão os requisitos de linearidade, resposta transiente ou super excitação ("overdrive"), nível de ruído e acionamento do sinal de saída.


    3.5.7 Mostrador ("Display")

    Quando uma indicação do ensaio de corrente parasita é pequena, pode ser necessário exibir mais do que um simples medidor numérico. Uma apresentação de tela XY permite um exame detalhado de uma resposta de ensaio para que uma operação possa detectar indicações de sinais sutis (pequenos). Vários formatos de sinais de tela são possíveis com seleção dependendo da natureza e finalidade do ensaio.

    Método de apresentação de elipse (histórico)

    Na apresentação de elipse, a saída de tensão CA amplificada da bobina de ensaio é aplicada diretamente à exibição sem um detector. O sinal horizontal não é uma forma de onda de varredura tipo "dente de serra", mas um sinal senoidal derivado da portadora.

    Várias propriedades do objeto ensaiado, como variações nas dimensões, condutividade elétrica (relacionada à liga, composição química), permeabilidade (relacionada à microestrutura em aços) ou trincas na superfície, podem ser determinadas a partir das formas dos padrões de tela exibidos pelos instrumentos de ensaio de elipse.



    Método de apresentação de tempo base linear (histórico)

    O método de tempo base linear usa uma varredura horizontal linear que é de aproximadamente um ciclo da frequência de corrente parasita em termos de duração. Isso resulta em uma tela que mostra um único ciclo da frequência de correntes parasitas. A tela ("display") não mostra um sinal demodulado, mas mostra a portadora amplificada diretamente. Esse tipo de exibição é bastante semelhante à apresentação de elipse. A única diferença é que em uma apresentação de elipse uma onda senoidal é usada para deflexão horizontal em vez da forma de onda tipo "dente de serra".



    Método de apresentação de do plano de impedância (Método de ponto vetorial)

    Se uma apresentação das relações de fase das tensões do transdutor for desejada, uma apresentação XY fornece a representação mais completa e de fácil compreensão das tensões em uma forma conhecida como plano de impedância, ponto vetorial, vetor ponto ou exibição de fase.
    Neste tipo de tela ("display"), a posição das indicações na tela é feita para representar a impedância complexa da ponte de prova resolvida em eixos reais e imaginários. A amplitude do sinal é representada por sua distância de um ponto balanceado. O ângulo de fase elétrica é representado pelo ângulo geométrico em relação ao ponto de equilíbrio.


    Um oscilador alimenta a ponte da sonda e a tensão de saída da ponte é combinada com um sinal de supressão de portadora. Isso permite que o operador do ensaio mova o campo de visão na tela para qualquer ponto no plano de impedância. Um controle permite o movimento na direção imaginária (direção da reatância no plano de impedância). O outro controle permite o movimento na direção real (direção da resistência no plano de impedância). O resultado é análogo a mover o campo de visão de um microscópio operando a platina mecânica que transporta o objeto sob inspeção. Os controles de supressão de portadora obtêm seus sinais de acionamento de uma rede de mudança de fase conectada ao oscilador de portadora. O amplificador portador aumenta a tensão do sinal balanceado do transdutor.

    Em ampliações muito altas, apenas uma parte muito pequena do plano de impedância é mostrada na tela. O sinal de saída do amplificador é aplicado a um par de detectores de fase e depois aos amplificadores horizontais e verticais que acionam a tela. As saídas do detector de fase correspondem aos componentes do sinal do ensaio de corrente parasita que se encontram em uma direção específica no plano de impedância. Os detectores de fase recebem seu sinal de referência dos desfasadores de fase que são variáveis ​​em fase em relação à portadora (na faixa de 0 a 360 graus), mas que estão sempre a 90 graus de separaçãao (ângulo) um do outro. O canal vertical contém então componentes de sinal na direção perpendicular (no plano de impedância) à direção selecionada para o canal horizontal.



    Noções básicas do plano de impedância

    Efeito da Frequência Na FIG. 3.18 os pontos A, B, C, D e E no plano de impedância real representam o aumento da impedância da bobina (XL) devido ao aumento da frequência (pontos da sonda no ar). A partir de cada um desses pontos, a seta representa o valor da impedância da corrente parasita, cada uma aumentando em amplitude com a frequência. A curva dos loci desses valores representa os pontos de equilíbrio que mudam com o aumento da frequência. Como XL = 2πfL, a reatância indutiva da bobina e a reatância indutiva das correntes parasitas aumentam com a frequência. No entanto, o aumento da frequência aumenta a indutância da bobina no ar (Lo) em maior quantidade. Pela divisão da reatância indutiva por Lo o ponto do ar permanece unitário e o aumento correspondente da impedância das correntes parasitas devido a mudança na frequência faz com que o ponto no diagrama se mova para baixo com relação a ponto fixo (normalizado) do ar mostrado no diagrama plano de impedância normalizado a direita (FIG 3.18b).

    Efeito da frequência no plano de impedâncias
    FIG. 3.18. Efeito da Frequência em (a) curva não normalizada (b) curva normalizada.


    Efeito da Condutividade


    Como visto na FIG. 3.18 colocar a sonda em um material condutor fez com que o ponto se movesse devido ao efeito das correntes parasitas no circuito da bobina. Ao colocar a sonda em uma variedade de materiais de diferentes condutividades, uma variedade de posições de pontos diferentes pode ser observada. Se esses pontos forem unidos, será desenhada uma curva que representa as mudanças na condutividade. Os materiais com a maior condutividade terão as correntes parasitas mais fortes e, portanto, o vetor resultante será maior. Assim, o material com as maiores condutividades aparecerá na parte inferior da curva (o mais distante do ponto de ar). A curva de impedância resultante é mostrada na FIG. 3.19.


    Nota 1: Todos os materiais que aparecem na curva de condutividade são não ferrosos e têm uma permeabilidade relativa de 1.
    Nota 2: A curva de condutividade pode ser considerada seguindo a mesma linha que a curva de frequência normalizada

    Efeito da condutividade
    FIG. 3.19. Efeito da Condutividade na curva normalizada


    Efeito do Lift Off e Manuseio da Sonda


    Com a sonda em contato com um pedaço de material (Alumínio) o ponto aparecerá na curva de condutividade no ponto para Alumínio (Ponto de Equilíbrio). Se a sonda for então levantada do material, o ponto se moverá ao longo de um vetor em direção ao Ponto de Ar, veja a FIG. 3.20. Esta linha representa o 'Lift Off' e pode ser usada para medir mudanças na espessura de revestimento.

    De maneira semelhante, se a sonda estiver inclinada em relação à superfície, o ponto se moverá ao longo do mesmo vetor. Este efeito é conhecido como 'manuseio da sonda' (no inglês, "probe handling"). Para garantir que o ponto seja estável durante a varredura, é importante garantir que a sonda seja mantida em um ângulo constante em relação à superfície do material durante a varredura. Isso às vezes pode ser auxiliado pelo uso de suportes e guias de sonda.

    Efeito do lift-off no plano de impedâncias

    FIG. 3.20. Efeito do lift-off e manuseio da sonda na curva normalizada


    Efeito da Geometria

    Com a sonda em uma amostra de material condutor e o ponto do gráfico de impedância no ponto de equilíbrio, o instrumento é balanceado. Se a sonda agora for movida (escaneada) em direção à borda do material, o ponto se moverá devido à mudança na geometria do componente. Inicialmente, quando a sonda atinge a borda do material, o campo de correntes parasitas é comprimido e um campo de correntes parasitas menor e mais fraco é produzido. O efeito é o mesmo que uma redução na condutividade e o ponto sobe na curva de condutividade. Movimento adicional em direção à borda faz com que a sonda se mova atinja a borda e um efeito semelhante ao lift-off faz com que o ponto no gráfico se mova em direção ao ponto de ar. Este movimento composto é mostrado na FIG. 3.21.


    Efeito da geometria no plano de impedâncias
    FIG. 3.21. Efeito da geometria (efeito de borda) na curva normalizada.


    Efeito da permeabilidade

    Um aumento na permeabilidade do material tem influência direta no campo magnético das bobinas causando um aumento na Reatância Indutiva (XL) das bobinas. O efeito disso é que o ponto se moverá verticalmente para cima na tela (Reatância indutiva crescente (XL)). Diferentes posições na curva de condutividade causarão uma mudança na relação entre os ângulos de fase para variações de Lift Off, Trinca e Permeabilidade. A FIG. 3.22 mostra que a diferença angular em baixa frequência é diferente daquela em uma frequência mais alta para o mesmo material.

    Efeito da normalizada no plano de impedâncias
    FIG. 3.22. Efeito da permeabilidade na curva normalizada.


    Efeito das Descontinuidades

    A presença de uma descontinuidade resultará na interrupção das correntes parasitas, reduzindo efetivamente a condutividade local. Dependendo da profundidade e largura da descontinuidade, a indicação produzida será um sinal composto com um ângulo de fase maior que o vetor de descontinuidade (FIG. 3.23).

    Efeito de descontinuidade no plano de impedâncias
    FIG. 3.23. Efeito da descontinuidade na curva normalizada.
    Observação: O sinal de lif-off está posicionado na horizontal, como na inspeção típica.



    3.5.8 Rotação de Fase


    Em um instrumento com ajuste de fase, a supressão de um sinal indesejado é feita mais facilmente girando a apresentação na tela até que o movimento do ponto resultante da condição indesejada esteja no eixo horizontal (mais comum) ou vertical. Isso significa que a condição indesejada estará presente em apenas um canal de fase do instrumento (por exemplo, só no registro gráfico Y) e ausente ou minimizada no outro.

    A aplicação de ganho diferencial nos eixos permite amplificação de sinais de interesse (no eixo amplificado) e supressão de ruído (no outro eixo).

    Muitas vezes, é conveniente girar os efeitos indesejados na direção horizontal ao fazer um ensaio. Outros ângulos de rotação da tela podem ser selecionados para separar dois ou mais efeitos desejados em quadrantes separados da tela para conveniência na monitoração com janelas ("gates") nos diferentes canais.


    3.5.9 Filtro de Saída

    Em um instrumento de ensaio por correntes parasitas, é necessário separar os sinais de ensaio do ruído para garantir a máxima detectabilidade do sinal na saída. Essa separação é feita usando vários tipos de filtros. As fontes típicas de sinais de ruído indesejados podem ser classificadas da seguinte forma:
    • (a) Campos magnéticos e elétricos externos, dispersos.
    • (b) Vibrações mecânicas do material ensaiado ou das bobinas de ensaio.
    • (c) Variações nas propriedades do material ensaiado que não são de interesse durante o teste específico; e
    • (d) Ruído elétrico gerado no instrumento de ensaio de correntes parasitas.

    3.6. Diferentes tipos Usuais de Aparelhos

    3.6.1 Monoparâmetro, Monocanal e Aparelho Especializado

    No método de ensaio de correntes parasitas, o aparelho projetado para uma determinada finalidade ou aplicação detecta de certa forma uma alteração na impedância da bobina de ensaio que pode ser causada por diversos parâmetros. Entre os fatores relacionados às propriedades do material estão a condutividade, a dimensão e a permeabilidade. Os fatores dimensionais que afetam o ensaio de correntes parasitas são a espessura do material e a presença de descontinuidades. Da mesma forma, a permeabilidade é um fator de preocupação para materiais ferromagnéticos ensaidados. Fatores geométricos das bobinas, como a relação geométrica entre a bobina e as descontinuidades suspeitas, o efeito de mudanças no fator de acoplamento (lift-off) ou fator de enchimento (fill factor) e profundidade de penetração, também afetam o ensaio de correntes parasitas.

    Há, portanto, uma forte necessidade de saber precisamente qual fator causou a mudança na impedância entre vários parâmetros influentes no resultado do ensaio. Os aparelhos de correntes parasitas classificados como monoparâmetros utilizam certos circuitos e princípios pelos quais indicam exclusivamente a medição da variável de interesse. Poucos desses instrumentos são descritos resumidamente.


    Detectores de trincas

    Os detectores de trincas são usados ​​para inspecionar defeitos na superfície. Em um detector de trincas típico, como mostrado na FIG. 3.24, um oscilador fornece corrente alternada para uma ponte CA, contendo uma bobina que funciona como a sonda de corrente parasita como um braço da ponte. Um capacitor é conectado em paralelo com a bobina de modo que o circuito LC (indutância-capacitância) esteja próximo da ressonância.


    Circuito simplificado de detector de trincas
    FIG. 3.24. Circuito simplificado de um detector de trincas.

    Quando a bobina é colocada na amostra ensaiada, a ponte fica desequilibrada e o ponteirodo galvanômetro, de resposta do ensaio, oscila para fora do ponto de equiçíbrio. A ponte pode ser balanceada ajustando R1. Como o medidor funciona em frequência ressonante, a tensão de saída é máxima para uma dada mudança na impedância da bobina.

    Os detectores de trincas têm uma saída de medidor e três controles básicos: balanço, lift-off sensibilidade. O controle de balanceamento é realizado ajustando o potenciômetro no braço da ponte adjacente, até que a saída da ponte seja zero ou quase zero. O ajuste do controle 'GAIN' (ganho, sensibilidade) ocorre na saída da ponte. O sinal é então retificado e exibido no medidor. O controle 'LIFT OFF' ajusta a frequência de ensaio (em menos de 25%) para operar só um pouco fora da ressonância. A frequência de ensaio é escolhida para compensar a oscilação da sonda (lift off), não para alterar a profundidade de penetração ou a fase do sinal resposta. A saída do medidor é uma função complexa da amplitude do sinal e não pode ser usada para medir a profundidade de forma confiável ou para distinguir entre indicações reais e falsas, como inclusões ferromagnéticas.


    Medidores de condutividade

    Neste caso, um medidor de condutividade é definido como um instrumento simples projetado apenas para verificar a condutividade de vários tipos de materiais e suas ligas. A escala do instrumento pode ser (e muitas vezes é) leitura direta em % IACS. A maioria dos instrumentos é equipada com botões de calibração para que as leituras de alta e baixa do medidor possam ser ajustadas de acordo com os padrões de alta e baixa condutividade fornecidos com o equipamento. Esses instrumentos são mais frequentemente usados ​​na classificação de materiais, mas podem ser usados ​​para determinar a espessura de revestimentos condutores. Eles são de frequência fixa e não fornecem nenhuma indicação da relação de fase da corrente de tensão.
     
    Ao usar o medidor de condutividade, o inspetor deve estar continuamente ciente dos fatores que afetam a condutividade (espessura dos materiais, presença de descontinuidade, efeito de borda, acoplamento e efeito do tratamento térmico) antes de chegar a qualquer conclusão final. Os instrumentos de classificação de materiais ou condutividade têm uma saída de medidor pré-calibrada e uma maneira única de compensar o lift-off. Eles incorporam pontes CA e normalmente possuem duas bobinas (uma como referência). A compensação de lift-off é normalmente predefinida.


    Aparelhos de Medição de Resistência e Reatância (Circuitos de Medição de Impedância)

    O aparelho projetado é capaz de medir qualquer variável quando utilizado com o diagrama plano de impedância. A frequência de ensaio adequada para o teste proposto é selecionada primeiro. O tipo de material envolvido e as variáveis a ser medida e a ser suprimida determinam a frequência ideal. Ao selecionar a frequência a ser usada para um determinado ensaio, é necessário obter padrões de referência e realizar testes em várias frequências e, em seguida, selecionar a frequência que fornece os melhores resultados. Uma vez que a frequência tenha sido selecionada, as curvas do plano de impedância são plotadas. Para traçar o locus ou curva de condutividade, são necessárias amostras de diferentes materiais. Para cada material é obtido um ponto na curva de condutividade como segue:

    • (a) A sonda é colocada em uma amostra e o ajuste alternado dos controles de resistência e reatância é feito até que a leitura nula (mínima) seja obtida. O uso do controle de escala é feito para manter as leituras na escala o tempo todo. A repetição do procedimento acima em configurações de sensibilidade mais altas é feita até que um ponto nulo absoluto seja obtido. Os valores de resistência e reatância são anotados no controle e este ponto no papel quadriculado é plotado.
    • (b) O procedimento acima é repetido para cada amostra de material. Agora, se o lift-off variável deve ser suprimido, o lift-off é variado colocando-se uma espessura variável de papel entre o material e a sonda. Para cada configuração, temos os valores de resistência e reatância e seu gráfico fornece a curva de lift-off. Para a medição de condutividade, é necessário realizar a operação em um ponto onde a curva de condutividade e a curva de lift-off se encontrem nas maiores defasagens.

    3.6.2 Aparelho Multiparâmetro e Multicanal

    Com base na discriminação de fase de frequência única, torna-se cada vez mais difícil detectar descontinuidades de tubulação de tamanho muito pequeno, especialmente na vizinhança imediata de artefatos de interferência de sinal, como suporte de tubos, defletores de fluxo e espelhos de montagem do trpcadpr. Dependendo de uma determinada frequência de operação e gravidade da descontinuidade, o sinal de tal interseção pode ou não ser identificado e certamente não pode ser caracterizado de forma confiável. Esta condição é causada pela soma vetorial de vários sinais combinados simultaneamente para formar um sinal distorcido. Os equipamentos que empregam as técnicas de análise multifrequencial e multiparâmetro auxiliam na minimização dos efeitos de variáveis ​​indesejáveis ​​para uma inspeção melhor e confiável dos tubos.

    Todos esses instrumentos consistem em (1) um sistema de detecção que fornece uma componente real X e uma componente imaginária Y para cada frequência; e (2) o sistema de análise que é sua principal característica.


    Aparelho de Ensaio Multifrequência

    Um instrumento de ensaio de multifrequência geralmente é uma combinação de dois ou mais instrumentos de frequência única.

    Vários componentes de um instrumento de duas frequências estão listados abaixo:

    • (a) Um oscilador, que gera as tensões senoidais necessárias para a geração e demodulação de correntes parasitas.
    • (b) Um amplificador de potência, frequentemente seguido por um transformador de casamento de impedância.
    • (c) Uma ponte contendo o transdutor.
    • (d) Um sistema de equilíbrio/balanço.
    • (e) Um amplificador de sinal de ganho variável.
    • (f) Um demodulador, que extrai os componentes resistivos e reativos do sinal.
    • (g) Um sistema de rotação de fase de 0-360 graus que emite os sinais usados ​​para análise (X1 e Y1 para a frequência do canal F1 e X2 e Y2 para a frequência do canal F2)

    A característica especial deste sistema é que os dois canais usam apenas um transdutor para induzir correntes parasitas e receber dados do objeto de teste.

    Existem dois tipos básicos de sistemas multifrequenciais. Eles são separados aqui de acordo com se a alimentação multifrequencial é fornecida à sonda simultaneamente ou sequencialmente para cada instrumento, a maneira como a alimentação é fornecida à sonda, a maneira como os sinais recebidos são separados e o tipo de demodulação são importantes considerações.


    3.7. Dispositivos auxiliares

    3.7.1 Dispositivos Auxiliares para Aquisição de Sinal

    A exibição de um sinal com amplitude e fase em uma tela mostra o máximo de informações sobre um sinal de corrente parasita. Além das exibições feitas na tela, existem outros dispositivos instituídos para aquisição do sinal de correntes parasitas para interpretação e avaliação das indicações. Alguns desses dispositivos auxiliares são discutidos resumidamente como abaixo.


    Exibições de medidores analógicos

    Em alguns casos em que o procedimento de ensaio está bem estabelecido ou quando é necessário apenas exibir a magnitude da resposta da condição de interesse, pode ser suficiente usar um dispositivo de saída simples e barato, como um medidor de painel analógico. Um medidor pode ser usado para exibir um sinal detectado por fase ou um sinal detectado por amplitude. O ponteiro de um medidor analógico típico se moverá de zero a escala total em aproximadamente 0,5 segundos. Este tempo de subida é equivalente a uma largura de banda de sinal de aproximadamente 0,6 Hz. Um medidor analógico é útil apenas em testes onde a varredura é feita em velocidade lenta.


    Mostradores Alfanuméricos Digitais

    Quando o sinal exibido pode estar relacionado a uma quantidade numérica, como condutividade ou lift-off da sonda, em vez de apenas uma leitura relativa, como uma resposta de trinca, pode ser desejável usar um mostrador digital que tenha mais precisão e resolução em potencial do que um medidor analógico. Um medidor digital contém um conversor analógico-digital (para alterar a tensão de entrada para um número) e uma leitura digital para exibir esse número.

    Os visores digitais adequados para uso do instrumento estão disponíveis em formato de segmento e de matriz de pontos. As principais tecnologias de exibição são diodos emissores de luz (LED), telas de cristal líquido (LCD), fluorescentes a vácuo (CRT de baixa tensão com segmentos de exibição revestidos de fósforo), eletroluminescente (fósforo de saída elétrica de alta tensão) e plasma de gás (alta tensão, neon gás, descarga incandescente).

    De particular importância em exibições alfanuméricas de indicações de teste de correntes parasitas é a possibilidade de exibir palavras e números para identificar:
    • (a) A natureza da descontinuidade ou variação de propriedade no material ensaiado
    • (b) A gravidade da variação das condições do padrão de referência
    • (c) As localizações da descontinuidade no material ensaido.
    As apresentações de resultado da inspeção também podem incluir a identificação da condição detectada, sua localização no objeto ensaido ou seu nível de gravidade. Palavras como trincas, redução de espessura e outros descritores podem ser exibidas. Outras palavras como OD (diâmetro externo), ID (diâmetro interno), superfície ou subsuperfície, longitudinal ou transversal, ou identificações numéricas de locais no objeto ensaido também podem ser exibidas. O grau de variação ou as dimensões das descontinuidades (como comprimentos de trincas ou costuras ["seams"]) podem ser exibidos numericamente ou em faixas codificadas, como números de 1 a 10. Combinações de tais descritores podem fornecer ao inspetor do ensaio informações muito mais úteis do que um simples aviso leve. Tal mostrador pode permitir uma interpretação quantitativa, bem como uma avaliação qualitativa dos sinais em comparação com mostradores digitais simples, onde o operador deve avaliar a condição do objeto ensaiado para cada indicação significativa. A leitura do teste interpretativo pode ser transmitida para um computador remoto ou para uma impressora, fornecendo um registro de inspeção interpretável pela administração, supervisores de inspeção, inspetores externos ou outras agências.


    Indicadores de gráfico de barras digitais


    Os valores numéricos intermitentes são difíceis de interpretar quando os sinais estão mudando rapidamente. Se for desejável mostrar uma tendência de sinal, é possível usar uma exibição de gráfico de barras. Isso pode assumir a forma de uma exibição especial que consiste em um grande número de segmentos ativados em sequência para simular o movimento mecânico de um ponteiro analógico. Um mostrador numérico ou alfanumérico padrão também pode ser usado dessa maneira em uma resolução mais baixa, ativando segmentos individuais ou pontos em sequência. Existem dois modos comuns para este tipo de exibição. O primeiro é o modo gráfico de barras, no qual todos os segmentos até o valor exibido são ativados. Alternativamente, apenas o segmento que representa o valor de exibição pode ser ativado. Este tipo de tela está comumente disponível em tela de cristal líquido (LCD), diodo emissor de luz (LED) e forma de tela de plasma.



    3.7.2 Dispositivos Auxiliares para Redução de Ruído

    Mecanismo de acionamento são frequentemente empregados para aumentar a velocidade e confiabilidade da inspeção. Aplicações comuns são inspeção de tubos, inspeção de furos de parafusos e varredura de áreas. Velocidades de varredura constantes em conjunto com a seleção de filtro apropriada são necessárias para minimizar o ruído e maximizar a confiabilidade e a sensibilidade.


    Unidade de saturação


    O ensaio de correntes parasitas de tubos soldados de aço austenítico é sempre acompanhado da necessidade de magnetização da peça durante a varredura da sonda de correntes parasitas. Pequenas permeabilidades localizadas na ausência de magnetização auxiliar levam a um nível de ruído que impede alta sensibilidade durante o ensaio. As flutuações podem ser decorrentes do processo de aquecimento e resfriamento causado durante a soldagem, ou podem estar presentes no material da chapa utilizada na confecção dos tubos.

    A construção de uma sonda baseado em um suporte para enrolamento da bobina com um ímã permanente antes e depois da bobina de ensaio, ajuda a induzir magnetização suficiente para reduzir o nível de ruído. Da mesma forma, uso de sapatas polares (funcionando como entreferros) para concentrar e guiar o campo na superfície do tubo são usadas às vezes para materiais altamente magnéticos.


    Desmagnetizadores

    Os ensaios de correntes parasitas respondem especificamente apenas à condutividade elétrica, permeabilidade magnética, propriedades geométricas dos objetos ensaiados e à relação espacial das sondas com as superfícies dos objetos ensaiados (lift-off). Muitas outras propriedades do material podem estar relacionadas a essas medições primárias do ensaio de correntes parasitas, mas a prova de tal correlação (curva de correlação ou de calibração) deve ser obtida para cada caso. Em particular, muitos fatores metalúrgicos diferentes (como microestrutura da liga, tratamento térmico, trabalho a quente ou a frio e outras etapas de processamento) podem influenciar a condutividade ou a permeabilidade do material. O magnetismo residual em aços e materiais ferromagnéticos pode afetar as indicações do ensaio de correntes parasitas. Às vezes é extremamente difícil separar os fatos desejados dos indesejados (indicações espúrias).

    O uso de desmagnetizadores é, portanto, às vezes necessário para eliminar o magnetismo existente dentro da peça de teste para realizar uma inspeção de corrente parasita bem-sucedida.


    3.7.3 Equipamentos para Armazenamento e Registro de Sinais

    Gravadores de Sinais Componentes do Plano de Impedância (Registrador Gráfico = "Strip Chart Recorders")

    O sinal de corrente parasita é gravado no gravador XY ou de dois canais. A característica importante desses instrumentos de registro é a resposta em frequência ou resposta em velocidade, o que limita as velocidades de inspeção. Registradores gráficos registram componentes de sinal X e Y em relação ao tempo, que é usado para localizar defeitos e determinar seu comprimento.


    Gravadores de fita magnética

    Gravadores de fita magnética permitem o armazenamento de sinais de correntes parasitas em fita magnética para posterior recuperação. Eles têm uma resposta de frequência proporcional à velocidade de gravação.

    N.T.: Com a evolução da eletrônica e da micro informática os aparelhos digitais de corrente parasitas estão associados a computadores de forma que o armazenamento de dados é na forma de arquivo digital.


    Memórias  digitais Numéricas

    Os visores numéricos digitais são adequados se a tensão tiver significado como um valor numérico.
    Este tipo de mostrador é ideal quando usado na medição de condutividade elétrica ou espessura de revestimento.



    Aquisição e Armazenamento de Sinais Digitais em Tela

    Alguns instrumentos que apresentam o resultado numa tela que representa o plano de impedância permitem a aquisição de dados do plano de impedância elétrico para salvar, exportar e sobrepor comparações da tela.

    3.7.4 Sistema para processamento automático de sinais

    Um sistema de ensaio de correntes parasitas pode variar de simples a mais sofisticado, dependendo de seu escopo de aplicação. A cadeia básica de circuitos na maioria dos sistemas de ensaio eletromagnético automático executa seis funções internas. Essas funções são:
    • (a) Excitação.
    • (b) Modulação.
    • (c) Preparação do sinal.
    • (d) Demodulação e análise do sinal.
    • (e) Exibição do sinal.
    • (f) Manipulação de objetos ensaiado.
    A integração de tal cadeia de funções e instrumentos avançados adicionais semelhantes mantém de uma forma ou de outra para processar os sinais automaticamente. Excitação - O oscilador fornece sinais de excitação do conjunto da bobina de ensaio. Pode ser um gerador senoidal de frequência única e amplificador de potência, um gerador de forma de onda senoidal múltipla e amplificadores de potência, ou um gerador de pulso que fornece a forma de onda de pulso desejada. Também pode ser um oscilador auto-excitado cujo comportamento é governado pela impedância da bobina de ensaio.

    Variações na impedância da bobina causadas por variações nas condições do objeto ensaiado produzem mudanças no desempenho do oscilador. Estas podem ser mudanças na frequência ou amplitude de oscilação ou ambas. Seus efeitos são demodulados e enviados para os circuitos de exibição ou leitura. Algum grau de discriminação contra uma variável de teste indesejada pode ser obtido ajustando os circuitos do oscilador.


    Modulação


    A modulação do sinal ocorre no campo eletromagnético da bobina ou bobinas de ensaio. As bobinas de ensaio são rotuladas como "conjuntos de bobinas de ensaio" devido à variedade de configurações em que esta parte do aparelho pode aparecer. O equipamento de montagem da bobina de ensaio para seu emprego na inspeção geralmente está intimamente relacionado mecanicamente ao equipamento de manuseio do objeto ensaiado a ser discutido posteriormente.


    Preparação do sinal

    A parte de preparação de sinal do aparelho de ensaio consiste em circuitos que preparam a saída de sinal dos conjuntos de bobinas de ensaio para as seguintes funções de demodulação e análise. Esses circuitos consistem em redes de compensação ou balanceamento CA que subtraem um componente CA constante do sinal de entrada. Filtros são frequentemente incluídos para melhorar a relação sinal/ruído ou para separar diferentes sinais de portadoras no caso de ensaios com multifrequência. Circuitos de modelagem de sinal às vezes são incluídos. Uma parte importante relativa a preparação do sinal no aparelho são os amplificadores que amplificam o sinal até o nível desejado para o processo de demodulação e análise.


    Demodulação e Análise


    A seção de demodulação e análise do equipamento é composta por detectores e analisadores. Os detectores variam de detectores de amplitude do sinal simples a detectores de fase do sinal ou circuitos mais altamente especializados. Para os detectores coerentes, um sinal de referência é fornecido da seção do gerador. Circuitos de amostragem e discriminadores podem ser incluídos na seção de análise. Vários tipos de circuitos de soma e comparação também podem ser usados ​​aqui. Filtros também podem ser incluídos para filtrar o sinal demodulado para acentuar ou discriminar certas características do sinal.


    Exibição de sinal

    A parte de exibição ou indicação do sinal do equipamento é o vínculo real entre o equipamento de ensaio e sua finalidade pretendida. O sinal pode ser exibido pelo uso de medidores, gravadores, telas, sinais de alarme visuais ou sonoros, saídas de relé e equipamentos de sinalização automática ou rejeição.


    Manipulação de objetos de ensaio

    Dependendo da natureza dos ensaios, as necessidades de equipamentos de manuseio de objetos ensaiados podem ser mínimas ou podem exigir um projeto mecânico muito complicado. Em alguns ensaios, os conjuntos de bobinas de ensaio são projetados de forma que sejam posicionados e mantidos manualmente. Nesse caso, as demandas de equipamentos de manuseio de objetos de ensaio são mínimas, e tudo o que é necessário é um local para colocar ou segurar o objeto ensaiado enquanto ele está sendo inspecionado. Em muitos ensaios, alimentadores mecânicos alimentam o objeto ensaiado ou objetos além dos conjuntos de bobinas de ensaio para que os testes possam ser feitos rapidamente sob condições uniformes. Tal equipamento requer coordenação no projeto da bobina de ensaio e do equipamento de alimentação. Tais testes são passíveis de operação automática completa.

    A discussão acima foi feita para um conjunto de sinais ligados em vários circuitos de interconexão incorporados para processamento automático e aquisição de sinal na maioria dos instrumentos.



    antes
    depois


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